Ser um comprador eficiente na área da saúde exige algumas habilidades pessoais, muito senso de mercado, atualização constante e bastante desenvoltura para se relacionar com as diferentes pontas envolvidas numa negociação.
Para auxiliar quem já se dedica ou deseja ingressar nessa função tão necessária, consultamos alguns dos nossos compradores e pedimos que eles elaborassem algumas dicas básicas.
Com elas em mente, verifique o que você já conseguiu desenvolver e corra atrás para se aprimorar em pré-requisitos que possam ainda estar fora do seu radar. Boa sorte!
Qualidades
Ter um comportamento ético, ser empático, ter capacidade de desenvolver e manter bons relacionamentos são características cruciais em um comprador na área de saúde.
Afinal, ninguém quer firmar negócios com quem não é de confiança ou que não cumpre aquilo que fala e promete.
Em saúde, você também vai estar constantemente envolvido em conflitos de interesses. Ao se deparar com esse tipo de situação, quem você será: você é daqueles que reforçam os conflitos ou o que tenta o comum acordo entre as partes?
Para ser um comprador de qualidade, recomendamos o segundo caminho, uma vez que você terá de lidar tanto com clientes internos (os solicitantes das áreas demandantes), quanto com externos (fornecedores e prestadores de serviço).
Ou seja, muitas vezes você ficará no embate, desenvolvendo maneiras de satisfazer ambas as partes. Afinal, negociação é isso.
O perigo da urgência
Outra característica infelizmente ainda comum em saúde é a das compras de urgência.
Um setor de suprimentos pouco estruturado, em geral, acabará efetuando muitas compras assim. Tal prática é ruim, pois impede que seja feita a varredura adequada do mercado, em busca das melhores propostas.
A instituição de saúde torna-se refém do prazo e perde em preço, tendo de pagar bem mais caro do que se tivesse se planejado da maneira adequada. Urgências não cobram barato e rompem com qualquer relação satisfatória de custo-benefício.
Se você está em um ambiente de trabalho que recorre constantemente a esse tipo de conduta, seja o ponto de mudança. Tenha foco, organize-se, atue com planejamento, metas, planilhas e outras ferramentas de controle.
O monitoramento do seu estoque, das demandas internas e dos prazos de entrega dos fornecedores devem ser informações de rotina para o bom desenvolvimento de suas tarefas. Por isso, quanto mais ciência você tiver de cada uma delas, mais compras eficientes você fará.
Apoio tecnológico
Para que esse controle seja bem-feito, não há outro caminho senão o uso massivo da tecnologia. Quanto mais íntimo você for das ferramentas tecnológicas a serviço de sua instituição de saúde, mais apto estará a fazer bons negócios.
Se você tem resistência à utilização desse tipo de inovação, saiba que não está sozinho: os vários recursos de softwares e apps de health tech podem mesmo espantar quem não está acostumado.
No entanto, como tudo na vida, trata-se de uma questão de prática e costume. Aos poucos, você se familiariza com as funções, entende como elas operam – e tira vantagem das soluções que oferecem.
Tenha em mente: a tecnologia trabalha para você e não o contrário. Para quem nunca dirigiu, guiar um automóvel pode parecer bastante desafiador. No entanto, assim que você domina as funções, o que era um problema pode levar você para onde quiser.
Atenção às mudanças
O setor de compras sofre de tempos em tempos mudanças vindas de diversas frentes. Por isso, outro recurso que precisa ser desenvolvido por quem deseja atuar na área é a constante atualização sobre o mercado.
Conhecer as diferentes tabelas que embasam os preços (como a Simpro e a Brasíndice); saber quais são as regras de repasse dos planos de saúde; inteirar-se sobre os sistemas e ferramentas de gestão de suprimentos; adaptar-se às mudanças internas e limitações da instituição de saúde em que trabalha etc., são funções muito úteis à rotina do comprador.
Além disso, é preciso prestar atenção ao cenário econômico, prevendo de que maneira determinada situação global pode interferir na oferta. É de conhecimento público, por exemplo, a falta de vários medicamentos nas prateleiras devido à carência global do IFA (o Ingrediente Farmacêutico Ativo).
Com esse arsenal de informações em mãos, o comprador terá mais chances de encontrar um caminho em meio a cenários turbulentos como o atual. Por isso, fique atento às novidades do mercado e acompanhe de perto as notícias econômicas que impactam a cadeia de suprimentos em saúde.
Assim, você conseguirá planejar melhor a rotina de compras, garantir um estoque mínimo, zerar ou diminuir o déficit de urgências e promover um fluxo melhor para toda a cadeia.
Pós-compra
Comprar e vender, no fundo, é consequência de um relacionamento bem construído.
Mesmo que motivado por preço, necessidade e interesses práticos, há sempre o aspecto humano envolvido no processo. E, por mais que a tecnologia nos auxilie a encontrar as melhores opções, em ambas as pontas da interação sempre está uma pessoa – que, como tal, deseja ser respeitada e bem-tratada.
Dessa maneira, o procedimento nunca termina quando uma compra é finalizada. Afinal, você certamente precisará recorrer de novo àquele fornecedor, ainda mais se ele foi capaz de sanar suas dores e resolver os problemas de sua instituição.
Por isso, mantenha sempre um bom relacionamento com os seus parceiros de negócio. Claro, eles não precisam se tornar seus amigos íntimos, mas é importante que um confie no outro, que sejam empáticos, ponham-se no lugar do próximo e estejam prontos a se ajudarem quando algum imprevisto acontecer – e, não se engane, eles sempre ocorrem em saúde.
Honestidade, credibilidade, honrar a palavra e ser compreensivo com o outro lado são qualidades que irão lhe levar longe.
Mãos à obra e boa sorte!
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