Em nosso último artigo, destacamos porque os compradores em saúde devem sempre ficar atentos aos indicadores internacionais que influenciam o nosso mercado. Afinal, grande parte dos materiais e medicamentos são importados ou levam insumos do exterior.
Desta vez, abordaremos quais são os indicadores nacionais. Em um país complexo, multifacetado e burocrático como o Brasil, a influência vem de diversas frentes. Citaremos as principais delas.
Frete rodoviário
O Brasil é um país gigantesco, sem grandes acidentes de relevo e com algumas das maiores redes hidrográficas do mundo. Ainda assim, 61% do transporte de cargas é feito por rodovias, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Apesar de ser o mais acessível e flexível modal, o transporte rodoviário sofre com roubos, acidentes, tempo de locomoção e a taxação mais elevada se comparada às outras matrizes.
O frete rodoviário é caro porque sobre ele incidem o preço do combustível, os pedágios, prazo de entrega, qualidade da via, distância, tipo e valor da carga, peso, manutenção e desgaste do veículo, seguro – sem falar nos impostos e tarifas!
Segundo o Índice de Frete Repom (IFR), o frete rodoviário no Brasil aumentou 11% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período anterior e subiu 56% com relação ao terceiro trimestre do ano passado.
Óleo diesel
Todos os veículos pesados no Brasil, entre eles os caminhões, são movidos a diesel.
Há dois tipos do combustível no país: o diesel S-500 (comum), que contém 500 partes por milhão (ppm) de enxofre e é vendido nos postos de rodovia; e o S-10, com 10 ppm, comercializado nos centros urbanos.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel comum nas bombas chegou a R$ 7,46 no início de julho, maior valor de todos os tempos – 62,5% do que no mesmo mês do ano passado.
De lá para cá, o preço está em queda, chegando à média de R$ 6,56 em outubro.
A situação é parecida com o diesel S-10, que também chegou à maior média histórica em julho (R$ 7,57), vem baixando e em outubro registrou R$ 6,68.
Taxa Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Como a própria sigla resume, ela vem do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, utilizado pelo Banco Central para controlar a emissão, compra e venda de títulos.
Isso é importante pois, todos os dias, bancos emprestam dinheiro uns aos outros para honrarem seus compromissos – e a garantia desses empréstimos são os títulos públicos federais que possuem.
A taxa Selic também é a referência para os juros cobrados pelos bancos às pessoas físicas e jurídicas. Quanto mais baixa a taxa, mais facilidade para a tomada de crédito; quanto mais alta, mais estímulo à poupança.
Por isso, a Selic tem relação direta com a inflação – afinal, quanto mais dinheiro na mão, mais o consumo da população aumenta. Entretanto, é preciso haver um equilíbrio com a oferta, para que os preços não subam demais.
Historicamente, os juros no Brasil estão entre os mais elevados do mundo. Após dois anos de intensa queda, desde o fim de 2021 ela voltou a subir e desde agosto de 2022 encontra-se em 13,75%.
IPCA e IGP-M
Tanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), quanto o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) medem o nível de inflação no Brasil.
O IPCA é calculado todos os meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tem como foco a variação de preços de mercado ao consumidor final. São levadas em consideração as despesas em alimentação e bebidas, itens para residência, transportes, comunicação, despesas pessoais, habitação, saúde e cuidados pessoais, vestuário e educação. O índice é considerado pelo Banco Central como o oficial para a inflação no país.
Em outubro, o IPCA registrou alta de 0,59%. Com isso, a inflação acumulada deste ano é de 4,7%. Em 2021, o acumulado foi de 10%.
Já o IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é composto por outros três índices que medem os preços ao atacado (IPA-M), ao consumidor (IPC-M) e à construção (INCC). Por isso, em geral, ele é utilizado para os reajustes dos contratos de aluguel, seguros de saúde e reajustes em tarifas públicas.
No mês passado, o IGP-M apresentou queda de 0,97%, levando a um acumulado anual de 5,58%. Em 2021, o acumulado foi de 17,79%.
Reajuste CMED
Este último indicador está diretamente relacionado ao preço dos medicamentos. Por isso, deve ser acompanhado com máxima atenção.
Todos os anos, em 31 de março, o preço dos medicamentos é reajustado, segundo determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) – que reúne vários ministérios, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para o cálculo, são levados em consideração o IPCA e mais três fatores: produtividade da indústria farmacêutica (o chamado Fator X); ajuste de preços entre setores da economia (Fator Y) e o ajuste de preços dentro do setor de medicamentos (Fator Z).
Em 2022, o reajuste CMED foi de 10,89%.
Soluções
Uma das maneiras de os hospitais sentirem menos o impacto das diversas oscilações políticas e econômicas pelas quais o Brasil e o mundo têm passado na última década, em especial durante a pandemia, é participando de uma rede de suprimentos como a da SHS Health Tech.
Buscamos estabelecer relações de longo prazo com fornecedores confiáveis, atrás das melhores oportunidades do mercado, monitoradas sempre por ferramentas de inteligência artificial.
Além disso, nossas compras são conjuntas – o que faz com que os custos se tornem ainda menores. Na prática, a redução pode chegar a 20%.
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