O ano de 2022 para a saúde suplementar tem sido um período de reformulação e ajustamento de rota. Depois de um biênio extremamente atípico e muito exigente por conta da explosão da pandemia da Covid-19, o ano que se encerra apresentou desafios importantes, para os quais as operadoras, hospitais e demais serviços de saúde privados tiveram (e ainda têm) de encontrar soluções criativas.
Em resumo, o que se observa é que 2022 foi um ano de sacrifício, em especial às operadoras de grande porte, que fecharam em queda – mesmo com o número de beneficiários em crescimento. O impacto da pandemia, alta nos preços e mudanças regulatórias foram as principais causas para o desalinho.
Boa parte da solução passa pela adoção cada vez maior da tecnologia, que ao mesmo tempo promove a redução de custos e o aumento das receitas.
Demanda represada
O pós-pandemia vem apresentando uma série de desafios às operadoras. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com os resultados contábeis até o terceiro trimestre apontam prejuízo de R$ 2,5 bilhões de janeiro a setembro.
Para se ter ideia do peso deste montante, em 2018 e 2019, antes da pandemia, o resultado líquido acumulado até o terceiro trimestre de cada ano ficava em torno de R$ 8 bilhões – com pico de R$ 15,9 bilhões em 2020. A partir de 2021, a curva do gráfico começou a descer.
A entidade aponta três fatores como os principais para o prejuízo: o aumento da procura por procedimentos médicos que ficaram represados durante a pandemia; a elevação dos custos mundiais dos insumos; e a cobertura obrigatória de tratamentos cada vez mais caros e complexos.
O levantamento afirma ainda que o índice de sinistralidade chegou a 90,3% no terceiro trimestre deste ano.
Aumento de beneficiários
O reajuste de rota vai ao encontro de um ano em que o número de usuários de planos médico-hospitalares não para de crescer.
Dados referentes a outubro passado mostram um aumento de 1,6 milhões de beneficiários nos últimos 12 meses – chegando a 50,1 milhões.
Mais uma vez, a pandemia é a principal causa deste aumento, uma vez que a explosão global do novo coronavírus fez com que a preocupação das pessoas com a saúde se tornasse prioridade máxima.
Além disso, a melhora da situação econômica, após um 2021 de alta inflação e desemprego, fez com que o brasileiro retomasse os investimentos em cuidados pessoais.
Mudanças necessárias
Um dos desafios para o setor é casar a demanda crescente de usuários e as exigências da ANS quanto à ampliação do número de procedimentos e serviços atendidos, com os custos operacionais – cada vez mais caros.
Em resumo, as inovações em saúde caminham de maneira muito mais rápida do que as soluções para se arcar com as despesas necessárias para bancá-las.
Trata-se de um desafio imenso, ainda sem uma solução que satisfaça operadoras, indústria de medicamentos, hospitais, usuários e toda sociedade.
Alternativas
Se por um lado a tecnologia acelera as mudanças, por outro ela já se mostra pronta para apresentar caminhos.
De acordo com a TIC Saúde, pesquisa feita pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), o uso da tecnologia nos processos registrou aumentos expressivos.
As anotações de enfermagem por ferramentas digitais, por exemplo, aumentaram de 52% em 2019 para 85% em 2022; o histórico e as anotações clínicas do paciente foram de 62% para 85%; as imagens e exames radiológicos passaram de 42% para 65%; e a disponibilidade da lista de medicamentos prescritos avançou de 74% para 85%.
Além disso, a teleconsulta foi utilizada por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros em 2022. A prescrição em formato eletrônico tem sido adotada por 68% dos médicos no país.
Há espaço para que esses números avancem mais ainda, barateando os custos operacionais em diversas etapas da assistência.
Acreditação
Outro debate que vem sendo feito é sobre a maneira como os serviços de saúde são remunerados.
Tradicionalmente, isso é feito por produção. Ou seja, quanto mais se atende, mais se recebe. Tal lógica, no entanto, pressiona todo sistema a trabalhar como uma espécie de fábrica de atendimentos. Afinal, quanto mais consultas, procedimentos, exames etc. são feitos, mais receita se obtém.
A questão é: e a qualidade, está recebendo a atenção necessária?
Segundo a Quality Global Alliance (QGA), aliança global em acreditação em saúde, apenas 6,8% das instituições do setor no Brasil são acreditadas.
Como o próprio nome indica, acreditação é um método de avaliação a partir de uma série de requisitos pré-definidos – que tem como objetivo assegurar que a instituição possui padrões de qualidade e segurança reconhecidos internacionalmente.
Esse seria um caminho para que critérios de qualidade possam também ser considerados ao se remunerar no setor da saúde.
Compras conjuntas
Em um cenário de mudança como o atual, mais do que nunca a “união faz a força”.
Por isso, uma das estratégias adotadas pela SHS Health Tech são as compras conjuntas em rede. Atreladas ao intenso uso da tecnologia para o monitoramento de nossos fornecedores cadastrados, essa forma de aquisição de materiais e medicamentos garante as melhores oportunidades, preços mais em conta, relacionamentos de longo prazo e estoques controlados, sem excessos.
Essa é mais uma forma de economia, por meio da qual hospitais e demais instituições de saúde já atingiram redução de 20%.
Hoje em dia, é preciso pensar de maneira abrangente e integral, relacionando todos os setores hospitalares, para que haja sinergia, diálogo e entrosamento. Afinal, na era da informação, ruídos também geram prejuízo.
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