O reajuste nos medicamentos deve ficar entre 9% e 10% em 2022. A previsão leva em conta as quatro variáveis que compõem a fórmula de preço desses produtos no Brasil: a inflação oficial dos últimos 12 meses, ou seja, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); e os chamados Fatores X, Y e Z. O reajuste ocorre dia 31 de março e é definido pelo Comitê Técnico-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Se a previsão se confirmar, o percentual fica um pouco abaixo da alta média do ano passado, que variou de 6,79% a 10,08% – a maior desde 2016, quando os medicamentos subiram acima dos 12%.
Se em 2021 a carência de insumos com consequente elevação dos preços foi a principal razão da alta, em 2022 o aumento está mais relacionado ao avanço do IPCA, que fechou o ano passado em 10,06% – a maior alta da inflação em seis anos. A previsão é que, até o fim de março, o acumulado do IPCA caia um pouco.
Lei
O preço dos medicamentos é reajustado segundo a lei 10.742/2003. Não se trata de um aumento automático, nem obrigatório, mas sim da definição de um teto permitido. Dentro desse limite, cada fabricante opta por aumentar o quanto quiser.
Além disso, desde 2015, há uma divisão de todos os medicamentos em três grupos (nível 1, 2 e 3), em função do grau de concorrência e participação de genéricos. Assim, quanto mais concorrentes e genéricos determinado medicamento possui, mais reajuste ele pode sofrer para compensar os lucros menores por parte das empresas. No nível 1 estão os produtos com os reajustes mais elevados, em seguida o nível 2, até o nível 3.
É fundamental ficar atento a esses níveis, em especial ao se fazer a compra de medicamentos em grande escala. Fique atento!
Fórmula
A variação percentual de preço dos medicamentos é estabelecida de acordo com a seguinte fórmula da CMED:
VPP = IPCA – Fator X + Fator Y + Fator Z
No dia 10 de janeiro, a CMED definiu o Fator X em 0% (havia sido de 3,29% no ano passado). Segundo as regras da instituição, quando o Fator X é zero, o Fator Z também o é; assim, ambas as variáveis ficam sem peso algum no cálculo da variação percentual de preço dos medicamentos.
Vale destacar que o Fator X refere-se à estimativa de ganhos futuros de produtividade da indústria farmacêutica, enquanto o Fator Z dá conta do ajuste de preços dentro do setor de medicamentos – e oscila de acordo com os níveis 1, 2 e 3.
Já o Fator Y é definido pela Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia (SEAE/ME) e pesa o ajuste de preço necessário entre os fabricantes de medicamentos e outros setores. Ele ainda aguarda a definição de alguns dados para ser noticiado. Na maioria dos anos, o Fator Y foi zero.
Peso da inflação
Com duas das quatro variáveis em zero e com o Fator Y provavelmente assim também, o peso para o reajuste nos medicamentos deve ficar todo para a inflação oficial nos últimos 12 meses, ou seja, de março de 2021 a fevereiro de 2022.
Como visto, o acumulado do IPCA em 2021 foi de 10,06%. E, até o momento, a previsão de inflação para 2022, segundo o Boletim Focus do Banco Central, é de 5,03%.
Por isso, é possível que nos próximos meses haja uma pequena redução no IPCA acumulado nos últimos 12 meses – o que deixaria o reajuste dos medicamentos entre 9% e 10%.
Gestão de suprimentos
Para minimizar o impacto da alta dos preços, a melhor solução é contar com novos modelos de suprimentos que aproximem compradores, distribuidores e indústria em parcerias de longo prazo, por meio do uso da tecnologia. Esse é o caminho da SHS Health Tech.
Sabemos que uma negociação estratégica entre hospitais, distribuidores e indústria, possibilita que os índices oficiais sejam negociados, principalmente para os que adotam compras planejadas e contratos. E conhecer os níveis a que pertencem os medicamentos consumidos é fundamental para entender o reajuste autorizado e negociar com o mercado a melhor alternativa de suprimento.
Por meio de inteligência artificial, mapeamos constantemente diferentes cenários econômicos para identificarmos as melhores oportunidades de negócios. Assim, sua instituição livra-se de resoluções pontuais, passíveis de estarem sujeitas às oscilações do mercado.